quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

Idosos???

É tão bom quando as pessoas nos agradecem pelo que nós lhes damos ... No meu trabalho eu tenho esse reconhecimento constantemente. O reconhecimento é tanto maior quanto maior é o problema que a pessoa carrega consigo. Uma das principais situações que tenho tido ultimamente é relativa a pessoas que chegaram a uma idade em que o corpo começa a reclamar da falta de cuidado de que tem sido alvo ao longo da vida. Eu não estou a falar de nenhuma classe etária em particular, tenho gente de todas as idades que encaixam no grupo dos queixosos. Alguns dão-se conta que são um corpo físico mais cedo do que outras. Infelizmente vejo muita gente que não se dá conta de coisa nehuma, continua a viver para o exterior sem se preocupar consigo mesmo. A estes a sociedade consegue encaixar em grupos etários e ditar o que lhes é permitido fazer em cada um deles.
Hoje em dia há ginástica para idosos. Imagine-se que coisa mais deprimente. Na nossa sociedade um idoso deve portar-se como tal e, entre outras coisas, não deve fazer esforços físicos, deve descansar. Resumindo, um idoso não deve fazer aquilo que um indivíduo jovem ou jovem adulto consegue fazer. É uma forma de ostracismo puro e muito duro! Eu posso comprovar com os exemplos dos vários alunos que tenho e que tenho tido ao longo da minha carreira profissional de especilista em exercício físico que em qualquer idade o corpo pode rejuvenescer em capacidades e manter-se jovem. Um jovem com muito mais maturidade, que já sabe como preservar o seu corpo e não está para loucuras desnecessárias, mas um jovem!
Hoje uma aluna minha que acabou de fazer 60 anos e que continua linda de morrer, veio contar mais uma das peripécias que acontecem a quem tem um determinado tempo de vida e a quem a sociedade faz questão de lembrar disso mesmo pelas piores razões. Precisou de renovar o seu bilhete de identidade e, segundo as palavras dela, uma rapariguinha suburbana com um cabelo à marquês do pombal descompensado que a atendeu disse-lhe que agora teria direito a um bilhete de identidade vitalício. Esta historinha foi contada num clima de bom humor por uma pessoa que apesar do que lhe querem fazer ver e fazer sentir, não se sente com o rótulo de idade que a sociedade lhe quer à força dar. Esta senhora não é uma idosa, não pertence, definitivamente à terceira idade como este grupo é retratado pela sociedade.

1 comentário:

cata disse...

querido mano, este post foi lido em voz alta (por mim e para a Xica) e gostámos muito.
Temos mesmo que nos estimar e pensar que vale a pena fazermos algo para nos mantermos em forma.
Pena que às vezes seja tão difícil fazermos ver, àqueles que tanto amamos (pai, neste caso), o bem que daí se pode tirar...
Continua a escrever que adoramos ler!